O que é medicina do trabalho?

O que é medicina do trabalho?

Saber o que é medicina do trabalho é imprescindível para garantir as melhores condições de saúde para os funcionários da empresa. Conforme as exigências das leis de trabalho, o local de atuação deve se mostrar seguro para que os funcionários exerçam suas atividades.

Os espaços de trabalho devem, por exigência legal e com base no bom senso e prudência do gestor do negócio, resguardar a saúde, o bem-estar e a integridade dos trabalhadores. Para garantir que isso aconteça, diversos agentes ligados à segurança e medicina do trabalho entram em cena no cotidiano das empresas.

Diante dessas informações, é possível saber dizer exatamente o que é medicina do trabalho? Descubra um pouco mais sobre sua importância neste post!

Do que trata a medicina do trabalho e qual é a sua origem?

A medicina diz respeito ao conjunto de conhecimentos científicos com a finalidade de realizar a manutenção, promoção e restabelecimento da saúde dos seres humanos. Ela coloca em prática distintas ações no âmbito de alcançar a cura de doenças, fazer bom uso de remédios, técnicas preventivas e tratamentos, entre outros.

Dentro desse amplo campo de atuação, encontra-se a medicina do trabalho. Ela se constitui como uma especialidade médica voltada para as pesquisas, procedimentos e terapias relacionadas aos trabalhadores e ao ambiente onde trabalham. O foco da medicina do trabalho é em assegurar maior qualidade de vida e sua proteção contra riscos à sua saúde.

As origens

Para entender o que é medicina do trabalho é importante retornar às suas origens. Esse conceito foi visto pela primeira vez no século XIX, no período pós-guerra. Naquele momento, determinados campos de trabalho tinham um alto nível de produtividade.

Esse esforço excessivo gerava preocupações quanto à saúde de operários, especialmente os de áreas como a metalurgia e mineração.

Essas atividades, naturalmente já perigosas, se tornavam ainda mais arriscadas graças à alta carga de trabalho diário. Esse cenário resultou em acidentes, mortes e despertou a atenção da sociedade, que se organizou para pedir a regulamentação das atividades.

A partir desse momento, a ideia de o que é a medicina do trabalho começou a ser vista pela primeira vez. Desse momento em diante, a busca pela prática de proteção ao trabalhador só cresceu, ganhando força no Brasil no começo da década de 70.

O período marcou a forte industrialização do país, abrindo então os olhos para a necessidade da preservação da saúde e da segurança dos trabalhadores. Nesse período de mudanças, os sindicatos atuaram em favor da causa de maneira importante.

O que faz o médico do trabalho?

O médico do trabalho é o profissional que acompanha as empresas no cotidiano e garante que a saúde dos trabalhadores está sendo preservada. Ele trabalha na realização de exames periódicos e no controle de possíveis desenvolvimentos de doenças ocupacionais.

Toda empresa precisa ter um profissional como esse em sua equipe de funcionários. Ainda que ela não realize os exames internamente, o que é comum, precisa de um profissional para avaliar os resultados. Ele também define parâmetros e gera relatórios sobre a situação da saúde dos colaboradores.

O papel desse profissional é de alta relevância, uma vez que há muitos trabalhadores em uma empresa. Quanto maior essa companhia, maiores são os meios de produção e, proporcionalmente, os riscos à atuação laboral dentro de seus espaços.

O médico vai cumprir inúmeras atividades, como:

  • realizar consultas, exames e atendimentos médicos, a fim de avaliar a capacidade dos trabalhadores e candidatos para funções determinadas;
  • medicar problemas ocupacionais decorrentes do trabalho, além de realizar reavaliações periódicas nos empregados;
  • ajudar na implementação de medidas de segurança e proteção dos trabalhadores;
  • organizar ações para a promoção da saúde e bem-estar físico e mental;
  • participar de ideias e programas de treinamentos de novas atividades ou para readaptação funcional de obreiros.

A elaboração de laudos técnicos e relatórios dentro da área médica também é uma das atribuições desse profissional. Esses documentos serão mecanismos de proteção das empresas diante de sanções legais e fiscalizações.

A medicina do trabalho deve garantir, em conjunto com a equipe de segurança do trabalho, que o colaborador desenvolva as atividades longe de riscos. Por exemplo, um exame de admissão deve se manter daquela forma até a demissão. O surgimento de doenças ocupacionais durante esse tempo pode se tornar responsabilidade das empresas.

Os médicos devem ter amplo conhecimento das funções dos colaboradores e quais riscos elas os expõem. Isso ajuda no planejamento de medidas de proteção e preservação da saúde. Assim, seu trabalho pode ser muito mais ativo do que apenas reativo, trabalhando em prol da preservação da salubridade.

Quais são os exames importantes à medicina do trabalho?

Tão importante quanto saber o que é medicina do trabalho é conhecer melhor os principais exames exigidos pelos médicos. Esses procedimentos servem para entender a situação de cada colaborador em diferentes momentos. No geral, são uma forma de controlar e acompanhar as condições de saúde do trabalhador.

Nesse contexto, os exames têm duas funções principais: a primeira e mais importante é a preservação do bem-estar dos funcionários. Os exames ajudam a diagnosticar possíveis problemas relacionados às atividades de trabalho.

Há também a preocupação com a responsabilização das empresas quanto ao desenvolvimento de doenças ocupacionais. Uma vez que são diagnosticadas, as empregadoras têm a obrigação de proporcionar o tratamento necessário. O compromisso evita, por exemplo, a demissão de um colaborador que está doente.

A seguir, confira os principais exames e o que cada um traz à medicina do trabalho.

Exame admissional

O exame admissional é realizado antes da contratação de um novo colaborador. Sua proposta se divide em duas intenções principais. A primeira é verificar a condição de saúde do profissional naquele momento. Dessa forma, a empresa pode se certificar se ele tem alguma condição que limite a contratação.

Além disso, o exame admissional também serve como um registro para apontar a saúde do trabalhador no momento da contratação. Assim, há uma comprovação legal de como estava sua condição. Esse procedimento e seus resultados podem servir de documentação de proteção futura, tanto para as empresas quanto para os profissionais.

Nessa etapa, já que geralmente os exames não são feitos nas empresas, deve haver um encaminhamento para uma clínica especializada. Assim, o colaborador se dirige a um local autorizado para realizar os procedimentos.

Exame periódico

O exame periódico também é uma obrigação das empresas na proteção e acompanhamento da saúde do trabalhador. Essa avaliação contínua é fundamental para inspirar cuidados e propor orientações que prezam pela preservação do funcionário. A não realização desses procedimentos periódicos configura um risco.

Quando há o acompanhamento, empregadores podem contornar possíveis problemas detectados durante o período de relação de trabalho. As doenças ocupacionais são muito comuns, mas com o devido cuidado podem ser contornadas. Se a empresa abre mão dos exames, deixa de ter essa segurança.

Esses exames podem ser feitos em três intervalos de tempo distintos. São eles:

  • semestrais: são uma forma de acompanhar a saúde do funcionário mais regularmente, fazendo isso por meio de monitoramentos;
  • anuais: obrigatórios aos trabalhadores que estão expostos a riscos, portadores de doenças, menores de 18 ou maiores de 45 anos;
  • bienais: obrigatórios a colaboradores de 18 a 45 anos e que ocupam cargos que apresentem fatores de riscos.

Exame demissional

O exame demissional é realizado no momento em que um colaborador se desliga da empresa, independentemente da motivação que envolve a decisão. Mais uma vez, o exame funciona como um mecanismo de proteção e de detecção.

A empresa garante por meio dele que o funcionário saia sem nenhum problema adquirido durante o exercício da profissão. Já o colaborador tem a mesma constatação, além de ter o direito de garantir sua integridade nesse momento.

Caso algum problema seja constatado, em nível de doença ocupacional, a empresa deve oferecer todo o suporte ao colaborador. O desligamento não pode acontecer até que a empresa garanta o tratamento e a recuperação do profissional. Isso evita qualquer ação trabalhista.

O exame demissional é sempre posto em comparação com o admissional. Qualquer diferença apresentada, sendo uma doença ocupacional, pressupõe uma responsabilidade da empresa. Esses procedimentos servem como documentos de constatação importantes e que protegem os dois lados envolvidos.

Exame de retorno

As doenças e acidentes podem acontecer a qualquer momento, mesmo com parâmetros eficientes de proteção e cuidados da medicina e da segurança do trabalho. Esses acontecimentos resultam em afastamentos para a recuperação plena do trabalhador. Nesses casos, os retornos precisam ser feitos adequadamente.

Independentemente se foi uma ocorrência ocupacional ou não, é fundamental que o colaborador realize exames para atestar sua condição de voltar às atividades. Esse procedimento afasta qualquer risco de esforços feitos sem que haja a devida condição de saúde necessária. O encaminhamento deve ser feito pelo médico do trabalho.

Exame de mudança de cargo

As mudanças de cargo também são comuns e, em algumas ocasiões, os colaboradores estão sendo transferidos para ocupações de maiores riscos. Nesse momento, é fundamental avaliar qual é o estado de saúde atual do empregado. É um procedimento com uma proposta muito similar ao exame admissional.

A maior diferença é que não haverá nenhum tipo de chance desligamento da empresa. Em alguns casos, cargos específicos exigem mais do colaborador. Altos níveis de insalubridade podem exigir parâmetros de saúde e, se o trabalhador não é capaz de os atender, a mudança de função pode ter que ser reconsiderada.

Por que a medicina do trabalho é importante?

As inovações tecnológicas incentivam o bom rendimento de empresas e indústrias, trazendo novas máquinas e processos de produção. Porém, esses aspectos devem vir acompanhados dos respectivos meios de proteção. Quem vai operar esses equipamentos deve se submeter aos novos procedimentos técnicos no dia a dia.

A repetição de certos movimentos, bem como a dinâmica de certos aparelhos, modos de operação e outras circunstâncias, podem levar os trabalhadores a riscos. Os perigos e os transtornos físicos e mentais estão muito associados ao seu próprio labor.

Isso desperta a necessidade de métodos que reduzam a incidência de problemas. Além dessa prática, é igualmente fundamental o acompanhamento médico regular. Sendo assim, a medicina do trabalho é, justamente, a ciência pautada na prevenção e assistência dos trabalhadores. Sua função é promover a saúde diante de ocasionais acidentes, incapacidades ou doenças pertinentes às suas ocupações e serviços.

A intervenção do médico do trabalho

O médico do trabalho é aquele profissional que vai se ocupar da conservação e proteção da saúde dos funcionários em geral, por meio de sua atuação diária e eficiente. Ele deve cumprir calendários de exames, avaliações, programas de tratamento de patologias e orientações de prevenção.

Todavia, na maioria das situações, esse agente não atua sozinho. O trabalho de preservação da saúde no trabalho é executado em conjunto com os enfermeiros do segmento, o engenheiro e o técnico de segurança do trabalho. Existe todo um time preparado para proteger o trabalhador.

Para entender o que é medicina do trabalho é necessário ter a compreensão do que ela realmente proporciona no cotidiano das empresas. Sua importância é grande, uma vez que equilibra as atividades com métodos e práticas que evitam as doenças ocupacionais.

Qual é a relação entre medicina e segurança do trabalho?

Agora que já se sabe o que é medicina do trabalho, é fundamental conhecer melhor outra especialidade imprescindível às empresas: a segurança do trabalho. Esse departamento tem importante papel na preservação da saúde do trabalhador, porém, com o foco mais voltado à execução de suas ocupações em campo.

A função da segurança do trabalho

A segurança do trabalho preza por fiscalizar, regulamentar e acompanhar todas as atividades desenvolvidas dentro da empresa, prezando pela segurança. Nessa atuação, a prioridade é evitar acidentes durante a execução do labor em si.

Os agentes de segurança devem oferecer todas as orientações, restrições e direcionamentos para que os trabalhadores exerçam diferentes procedimentos. Para isso, são definidos parâmetros básicos de segurança a serem seguidos, sempre com as melhores práticas possíveis.

O uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) também é fundamental, e é uma das principais exigências e fiscalizações da segurança do trabalho. De uma forma geral, esses agentes devem garantir que os riscos sejam estudados e, diante disso, sejam evitados por meio dos melhores métodos e recursos de proteção.

O trabalho em conjunto com a medicina do trabalho

Além de ter as suas próprias obrigações e direcionamentos, parte da atuação da segurança do trabalho é atuar em conjunto com a medicina do trabalho. A manutenção da saúde do colaborador só é obtida com o acompanhamento amplo.

Se, por exemplo, uma doença é detectada, naturalmente há cuidados a serem tomados na execução de suas funções. Isso também pode gerar novas necessidades de cuidados para outros funcionários. Nesse momento, após o diagnóstico, a segurança do trabalho deve fiscalizar e exigir que novas práticas sejam praticadas na atuação cotidiana.

Essa dependência de um departamento do outro é comum e até mesmo positiva. Gerar esse trabalho de continuidade reforça as decisões, define padrões relevantes e ajuda a empresa a funcionar sob parâmetros bem definidos e respeitados.

A necessidade de conectar departamentos e se preparar

O trabalho para integrar esses departamentos é de extrema importância às empresas. Fazer isso é a garantia de que os melhores padrões de segurança e saúde no trabalho serão praticados no dia a dia. O fato é que muitas empresas ainda não compreendem essa necessidade, e acabam dando espaço aos problemas.

Muitos empregadores ainda não dão a devida atenção a um trabalho prévio de prevenção a acidentes e de proteção a riscos. O acompanhamento regular também tem sua importância, conforme já visto. Deixar de realizar os exames também coloca trabalhador e companhias em risco, gerando um grave erro.

É fundamental reforçar que toda empresa que funciona em regime de CLT deve se adequar a essas exigências. A fiscalização é rigorosa quanto a esses parâmetros de proteção e, caso eles não sejam cumpridos, multas e sanções legais podem acontecer.

Como engajar funcionários com a saúde e segurança?

Outro ponto que demanda o debate é o engajamento dos colaboradores nas práticas de segurança e, principalmente, de saúde. É fundamental, primeiramente, deixar claro a eles o que é medicina do trabalho. Esse passo despertará a busca pela autopreservação, importante avanço para que sigam o que é proposto.

Muitas vezes, a preocupação com o desempenho e a produtividade faz com que trabalhadores se preocupem menos com sua saúde e segurança. Isso os expõe mais a riscos de acidentes e de adquirir doenças ocupacionais. Quando a empresa fala sobre o assunto, as chances de engajamento são maiores.

Campanhas de conscientização

As campanhas de conscientização são fundamentais para estimularem a preservação da saúde do colaborador. É papel da empresa fazer uma divulgação mais ampla do assunto, prestando todo auxílio e se mostrando disponível para tirar dúvidas. Isso vai gerar o entendimento acerca da importância do assunto.

Cabe também às empregadoras tratar o assunto com a relevância que ele tem. Isso se dá por meio de palestras, reuniões e a abordagem do assunto feita por gestores, coordenadores e profissionais em cargos de chefia. A hierarquia tem esse importante papel de tratar sobre esse assunto, estimulando a reflexão.

Saber mais sobre o que é medicina do trabalho é indispensável! Só assim é possível cobrar, com o devido rigor, a execução de boas práticas e parâmetros de trabalho importantes dentro de qualquer empresa.

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