Doenças ocupacionais: quais as mais comuns e como evitá-las

Doenças ocupacionais: quais as mais comuns e como evitá-las

O INSS, Instituto Nacional de Seguridade Social, registra inúmeros benefícios a trabalhadores que precisaram se afastar de suas atividades profissionais devido a algum problema de saúde relacionado ao próprio trabalho.

Grande parte dessa estatística foi motivada pelas doenças ocupacionais mais comuns, que poderiam ser evitadas se houvesse uma atenção ou prevenção maior com relação a isso.

Muitas vezes, as doenças laborais aparecem de forma silenciosa. Nesses casos, o tratamento é difícil e é muito frequente que as limitações decorrentes da própria doença impossibilitem o retorno ao serviço. Para outros trabalhadores, a retomada da atividade profissional significa o agravamento da doença, já que ela está ligada à atividade que desempenhavam.

A gravidade da situação demonstra a necessidade de as empresas adotarem um rigoroso Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, PCMSO, que, entre outros objetivos, visa a evitar a ocorrência de doenças laborais.

Descubra agora quais são as doenças ocupacionais mais comuns e veja o que fazer para preveni-las:

Doenças ocupacionais psicossociais

1. Doenças ocupacionais psicossociais

As doenças psicossociais ocupam um importante lugar entre as principais causas de afastamentos do trabalho, mas, infelizmente, não costumam ser tratadas com seriedade e podem passar despercebidas. Entre as razões mais comuns, estão:

  • intensidade do trabalho;
  • tempo no desempenho da função;
  • insegurança decorrente da situação de trabalho;
  • exigências emocionais da função;
  • assédio moral ou sexual.

É importante ressaltar que os riscos psicossociais referem-se ao que abala a saúde mental, física e social do trabalhador.

Esse é um tipo de doença ocupacional que pode levar o colaborador a um isolamento e, inclusive, afastá-lo definitivamente de suas atividades

O desequilíbrio entre as exigências inerentes a um cargo/trabalho e a capacidade/habilidade do trabalhador para enfrentá-las também pode ser uma fonte de estresse. Conheça alguns dos fatores desencadeantes:

  • gerenciamento ineficiente;
  • medo de cometer erros;
  • chefia despreparada;
  • jornada de trabalho exaustiva;
  • alta demanda por concentração mental;
  • ambiente desfavorável ou muito competitivo;
  • trabalho monótono;
  • baixas chances de ascensão na carreira;
  • desmotivação.

O estresse do trabalho tem sintomas em diferentes âmbitos e pode resultar em:

  • pressão alta;
  • gastrite;
  • úlceras;
  • fuga do trabalho (absenteísmo);
  • baixo desempenho;
  • fadiga;
  • depressão;
  • acidentes no trabalho.

Essas e muitas outras condições físicas, comportamentais e psicológicas são derivadas de situações desgastantes no ambiente de trabalho, e/ou no desempenho das atribuições do empregado. Uma das mais graves manifestações de estresse no trabalho é a Síndrome de Esgotamento Profissional ou Síndrome de Burnout.

São especialmente atingidos pelas enfermidades psicossociais os operadores de telemarketing, os seguranças, os policiais, os gerentes de bancos, entre outros.

Prevenção

A melhor forma de prevenção é com a valorização da dimensão humana do trabalhador e a promoção de condições propícias à sua motivação. A avaliação e o controle do risco para doenças psicossociais no local de trabalho devem ser permanentes, bem como a gestão do estresse laboral, a adoção de ações capazes de promover o bem-estar mental dos colaboradores, entre outras medidas.

Cada uma das doenças ocupacionais elencadas neste post pode ser prevenida, permitindo manter a equipe de trabalho saudável e produtiva. Tenha em mente que controlar as doenças profissionais é ter mais segurança e saúde para o trabalhador e para o seu negócio.

2. Dermatose Ocupacional (DO)

Caracterizadas por alterações na pele e mucosa, as dermatoses ocupacionais (DOs) englobam:

  • dermatites de contato;
  • cânceres de pele;
  • infecções;
  • ulcerações.

Essas e outras disfunções, quando diagnosticadas como doenças ocupacionais, são causadas pela exposição do trabalhador a determinados agentes durante o desempenho de suas funções. Esses agentes podem ser de natureza química, física ou biológica.

A dermatose ocupacional acomete, principalmente, quem desempenha atividades que utilizam óleo mecânico e graxa.

Prevenção

A correta utilização do EPI (Equipamento de Proteção Individual) — no caso, as luvas — impede o contato da pele com tais produtos.

Além disso, exames médicos periódicos, orientações aos funcionários e afastamento do fator irritante — ou do que está causando a alergia — são essenciais.

3. Lesão por Esforço Repetitivo (LER)

A LER é causada pelo exercício prolongado e repetitivo de determinado movimento. Ela pode ser adquirida e desenvolvida por pessoas que desempenham as mais variadas funções.

Como a LER consegue reduzir, de maneira significativa, a capacidade do colaborador de realizar suas atividades, ela pode levar, inclusive, a uma aposentadoria por invalidez. Além disso, a lesão por esforço repetitivo é um caso típico de doença ocupacional silenciosa, que pode ser constatada apenas em estado já avançado.

Prevenção

Para prevenir a LER, o recomendável é que sejam utilizados equipamentos ergonômicos, como descanso para os pés para quem fica muito tempo sentado ou apoio para o pulso para quem digita muito.

As pausas durante a atividade ou trabalho também são de extrema importância, assim como a ginástica laboral para o fortalecimento das articulações e músculos que são atingidos pelos esforços repetitivos.

4. Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs)

Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho são adquiridos e desenvolvidos, principalmente, em decorrência da má postura contínua, dos riscos ambientais, da sobrecarga de esforço físico e da repetição de movimentos. Abaixo, alguns exemplos desses distúrbios:

  • mialgias;
  • tendinites;
  • bursites;
  • dedo em gatilho;
  • dores crônicas.

A dor nas costas, também conhecida como dorsalgia, é, hoje, um dos principais motivos de afastamento do trabalho. Sua causa pode ser desde um estresse até uma hérnia de disco.

Além dos fatores desencadeantes das DORTs já mencionados, no caso da dor nas costas, a obesidade pode também estar relacionada.

Prevenção

A contratação de um profissional habilitado para orientar o colaborador quanto às boas práticas para o desempenho de suas funções é a melhor maneira de prevenir a DORT.

Além disso, a redução dos riscos ambientais e a interrupção das atividades que estão provocando dor são fundamentais. Já no surgimento dos primeiros sintomas, que podem ser algumas pontadas ou dores suportáveis, é necessário que se faça um diagnóstico para possibilitar a rápida reversão do quadro.

Outra medida importante é o incentivo a uma alimentação saudável e à ingestão frequente de água, além da prática regular de atividades físicas.

5. Doenças da visão

Os olhos são vulneráveis a muitos dos riscos presentes em situações de trabalho, como a exposição a agentes mecânicos, físicos, químicos, biológicos e sobre-esforço.

As doenças da visão também acometem, com frequência, trabalhadores que exercem suas atividades à noite, como vigias, médicos, enfermeiros, operadores de serviços 24 horas, entre outros. Isso porque essas pessoas estão mais propensas a uma desregulação hormonal.

Entre os problemas de visão mais comuns, estão:

  • conjuntivite;
  • dificuldades para ler ou enxergar;
  • visão embaçada;
  • dores de cabeça;
  • cegueira em casos mais graves.

Outra doença de visão comum, principalmente na siderurgia e na metalurgia, é a catarata ocular. Ela acomete o cristalino, que é a lente natural dos olhos. Geralmente, a catarata é causada pela exposição do trabalhador a altas temperaturas, podendo levar à perda parcial ou, até mesmo, total da visão.

Prevenção

Para prevenir as doenças de visão, é necessária a implementação de programas que incluam vigilância à saúde do trabalhador nos ambientes nos quais são executadas as tarefas, além de melhores condições para o desempenho das funções.

Já os Equipamentos de Proteção Individual, como os óculos de proteção, são fundamentais para a prevenção da catarata ocular.

6. Surdez temporária ou definitiva

A perda da sensibilidade auditiva pode ser adquirida e desenvolvida quando há uma exposição contínua e intensa a ruídos.

Por não estar ligada a uma atividade ou função específica, ela é considerada uma doença do trabalho e não profissional. Isso significa que qualquer colaborador que esteja na mesma condição ou no mesmo ambiente pode ser afetado, independentemente de sua função.

Sendo assim, as atividades que mais expõem trabalhadores a ruídos são a mineração, a construção civil, o trabalho em aeroportos e a operação de máquinas e equipamentos diversos. Também já se sabe que o trabalho com determinados produtos químicos, principalmente os solventes, pode ocasionar transtornos auditivos.

Prevenção

A melhor maneira de prevenir a perda da sensibilidade auditiva é com a correta utilização dos Equipamentos de Proteção Individual, em especial do protetor auricular. Porém, a proteção coletiva, com isolamento das fontes de ruído, não deve, de forma alguma, ser deixada de lado.

Para quem trabalha com solventes, é fundamental o uso de máscaras com protetores respiratórios.

7. Antracose pulmonar e bissinose

A antracose pulmonar é uma doença ocupacional caracterizada por uma lesão no pulmão. Ela é adquirida e desenvolvida por meio da inalação de partículas de poeira. Por isso, é muito comum entre trabalhadores de carvoarias, por exemplo.

Apesar de frequente nesse segmento profissional, essa doença não é exclusiva dessa categoria, já que pode acometer qualquer pessoa que resida em grandes centros urbanos.

Já a bissinose é causada pela poeira das fibras de algodão e afeta, principalmente, os trabalhadores da indústria algodoeira.

Prevenção

Mais uma vez, faz-se necessária a correta utilização do Equipamento de Proteção Individual específico, ou seja, o respirador facial adequado.

Aos primeiros sinais da antracnose ou da bissinose, o trabalhador deve se afastar do agente patogênico — no caso, das partículas de poeira, de carvão ou das fibras de algodão.

8. Asma ocupacional

Essa é a mais frequente das doenças respiratórias ocupacionais. Ela é caracterizada pelo estreitamento e pela obstrução das vias respiratórias causadas pela inalação de partículas irritantes ou alergênicas.

Trabalhadores que têm contato com poeira de couro, algodão, linho, madeira ou borracha podem adquirir e desenvolver a asma ocupacional, que causa tosse, falta de ar, respiração com ruído e sensação de pressão torácica.

Prevenção

A asma ocupacional pode ser prevenida por meio da correta utilização do Equipamento de Proteção Individual, no caso, um respirador facial. Para um tratamento eficaz, o trabalhador deverá ser afastado do agente causador da enfermidade.

9. Silicose

O acúmulo de sílica nos pulmões causa a silicose. O órgão fica revestido por essa espécie de poeira, que acaba impedindo, gradativamente, a respiração. Trata-se de uma doença progressiva e irreversível — mesmo com o afastamento do trabalhador. Pode, inclusive, levar à morte por insuficiência respiratória.

Estão mais sujeitas à silicose pessoas que trabalham na fabricação de vidros, cerâmica, jateamento de areia, corte de azulejos e pedras e escavação de poços.

Prevenção

Mais uma vez, é fundamental o uso do Equipamento de Proteção Individual, em especial, das máscaras com respiradores. Para evitar a silicose, também são necessárias medidas de prevenção coletivas, como a ventilação adequada no ambiente de trabalho.

Conhecendo, agora, quais são as doenças ocupacionais mais comuns, aproveite para assinar nossa newsletter e manter-se atualizado sobre as melhores práticas para garantir a saúde do colaborador da sua empresa!

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