Medicina do trabalho e bem-estar corporativo: qual é a diferença?
Em um mundo cada vez mais competitivo, em que a carga de trabalho é excessiva e exaustiva, o bem-estar corporativo passou a ser uma meta para muitas empresas.
Os departamentos de RH perceberam que proporcionar um ambiente laboral agradável faz com que os funcionários trabalhem melhor e, assim, desenvolvam suas habilidades pessoais com mais eficiência.
Porém, o bem-estar corporativo não deve ser confundido com a medicina do trabalho, que é uma especialidade médica que atua na prevenção ligada à saúde física, mental e social dos trabalhadores. O diagnóstico precoce de doenças ocupacionais também é um dos objetivos desse ramo de atividade.
Para saber mais sobre as diferenças entre bem-estar corporativo e medicina do trabalho, continue a leitura deste post. Confira os benefícios de cada um na vida dos colaboradores de uma empresa!
O que é a medicina do trabalho?
A medicina do trabalho é uma especialidade que lida com a prevenção das doenças relacionadas à atividade profissional, e, por isso, está atenta também a possíveis riscos à saúde ou à segurança no ambiente laboral.
Existem normas que garantem a promoção da saúde dos funcionários de uma empresa, seja ela pública ou privada. A medicina do trabalho atua para que elas sejam cumpridas, proporcionando ao trabalhador, no exercício de sua função, saúde e qualidade de vida.
Sendo assim, a aplicação da medicina do trabalho e, consequentemente, das medidas de segurança que ela envolve é fundamental para que a empresa cumpra as obrigações trabalhistas determinadas pelas Normas Regulamentadoras (NRs). E não é só isso: trata-se também de um papel social, já que as relações trabalhistas afetam toda a sociedade de forma direta e indireta.
As Normas Regulamentadoras buscam controlar diversas situações que podem ocorrer no ambiente de trabalho e que acabam prejudicando a saúde dos funcionários. Nesse processo, os programas de prevenção são os recursos mais utilizados e, geralmente, desenvolvidos em parceria com a área de segurança do trabalho.
Nesse sentido e em conformidade com a Consolidação das Leis do Trabalho, no artigo 168, e a Norma Regulamentadora n.º 7, que institui o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), as empresas são obrigadas a realizar exames ocupacionais em seus funcionários.
De acordo com a mesma Norma, ainda é preciso providenciar a emissão do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) para cada exame realizado, com indicação da aptidão ou não do trabalhador para o exercício de determinada função.
Benefícios
Ao cumprir essas exigências, a empresa, sem dúvidas, evita problemas com fiscalização ou processos trabalhistas. O interessante é que, hoje, os empresários estão conscientes da importância da medicina do trabalho para a vida de seus funcionários e fazem questão de seguir as normas não apenas por questões legais, mas para que a segurança de seus colaboradores esteja garantida.
Confira alguns dos benefícios que a medicina do trabalho proporciona para a empresa:
- garante a integridade física do trabalhador;
- evita afastamentos da empresa;
- aumenta a produtividade;
- reduz os custos com pessoal.
O que é bem-estar corporativo?
Não é raro uma pessoa passar mais tempo no escritório e com os colegas de trabalho do que, efetivamente, em sua casa, com a família e os amigos.
Por outro lado, as empresas, nesse mercado tão competitivo, precisam sobreviver e sabem que, para isso, dependem do talento de seus funcionários.
Então, fica a pergunta: como conseguir que esses colaboradores, que passam tanto tempo na empresa — muitas vezes horas a fio sentados na frente de um computador, pressionados por metas — tenham bons níveis de rendimento?
Muitas empresas encontraram como alternativa a promoção do bem-estar no ambiente de trabalho e obtiveram sucesso. Dessa forma, os funcionários trabalham melhor em um local onde se sentem bem.
Entretanto, implantar o bem-estar corporativo nem sempre é fácil. Muitas vezes, há, inclusive, resistência por parte dos colaboradores.
Confira três dicas de serviços que contribuem com a qualidade de vida dos funcionários e que costumam agradar até os mais exigentes.
1. Ginástica laboral
Trata-se da prática de exercícios físicos no próprio ambiente de trabalho. A intervenção dura de 10 a 15 minutos e deve ser sempre conduzida por um profissional qualificado, que compreende as necessidades da empresa e de seus colaboradores.
De maneira geral, a ginástica laboral trabalha a reeducação postural, reduz o sedentarismo, alivia o estresse, aumenta o ânimo e o foco para o trabalho e, ainda, previne doenças e lesões por esforços repetitivos.
2. Massagem
Pesquisa realizada pelo International Stress Management Association (Associação Internacional do Controle do Estresse) apontou que o Brasil só perde para o Japão quando o assunto é estresse. De acordo com o estudo, cerca de 70% da população brasileira sofre de altos níveis tensionais. Dentro desse grupo, 69% dos entrevistados relacionam o estresse ao trabalho.
Nesse sentido, as empresas cada vez mais adotam medidas de combate ao estresse laboral, oferecendo momentos de relaxamento e bem-estar. A massagem rápida — ou quick massage — tem se mostrado um procedimento eficaz.
Com uma duração de 8 a 10 minutos, ela é realizada nos membros superiores, sempre por profissionais habilitados. Apesar de ser uma intervenção rápida, ela consegue proporcionar o relaxamento necessário para uma significativa redução da fadiga e da tensão muscular, promovendo, assim, o bem-estar do funcionário e o aumento da sua produtividade.
3. Incentivo à atividade física
O número de brasileiros acima do peso cresce ano a ano. A pesquisa Vigitel 2016, do Ministério da Saúde, aponta que 53,7% da população adulta tem sobrepeso e que o sedentarismo e a falta de hábitos saudáveis são determinantes para isso.
Sabe-se, também, que o sobrepeso contribui para o desenvolvimento de muitas doenças, como hipertensão e diabetes, que acabam, inclusive, afastando funcionários do trabalho.
Sendo assim, muitas empresas vêm adotando medidas que estimulam a prática de atividades físicas, que vão desde academias na própria organização até grupos de corrida ou subsídios para a participação em provas ou aulas. Algumas empresas oferecem até acompanhamento nutricional para quem se inscreve em seu programa de atividade física.
Enfim, investimentos em saúde e qualidade de vida garantem um melhor desempenho do funcionário e, consequentemente, o sucesso do negócio. Como vimos, tanto a medicina do trabalho quanto o bem-estar corporativo atuam em áreas distintas, mas que, ao final, complementam-se, já que têm um objetivo em comum: um ambiente laboral agradável e seguro.
Para saber mais sobre o assunto, sugerimos a leitura do nosso artigo Medicina do trabalho: quando a sua falta gera ações trabalhistas?